FENARRECO

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A Fenarreco – Festa Nacional do Marreco, nasceu em 1985, inspirada na criação da Oktoberfest, de Blumenau, para atender aos inúmeros turistas que chegavam à cidade à procura da carne de pato. O marreco tornou-se tradicional depois que os clubes começaram a adotá-lo entre as opções gastronômicas servidas durante festas e eventos sociais. O costume do uso da carne do marreco foi trazido pelos imigrantes alemães, que no continente europeu utilizavam o ganso como o principal prato na ceia natalina. Como em terras brasileiras, no início do século 19, não existiam gansos, eles foram substituídos inicialmente por patos selvagens e depois pela atual qualidade, denominado pato de pequim, já que marreco é a denominação dada ao pato de pequim na nossa região.

 

Seu gosto exótico e requintado, acrescido pelos temperos criados na cozinha regional, levaram o marreco a ser considerado uma iguaria e isso começou a despertar a curiosidade do público. A fama do seu produto logo cruzou fronteiras e a frenética procura surgida daí em diante inspirou a Secretaria de Turismo de Brusque a criar um evento em cima da fama do marreco. Assim, em 1985 foi criado o primeiro esboço para a realização de uma festa. Entretanto, em virtude da grande destruição que a cidade viveu um ano antes, com a maior enchente do século, não houve condições físicas nem financeiras para sua realização.

 

Na época a cidade possuía pouco mais de 50 mil habitantes e quase nenhuma tradição turística. Por isso, também não existiam locais para a realização de eventos. Desta maneira, foram utilizadas as dependências do Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque, que também precisou passar por profundas reformas em virtude dos estragos da enchente e pela falta de conservação de algumas áreas daquela sociedade. Assim, em 1986, foi anunciada oficialmente a realização da 1ª Fenarreco, promoção que a então Comissão Municipal de Turismo passou a divulgar em âmbito nacional junto com a Santur.

 

A ideia dos organizadores era preparar uma festa gastronômica na qual o público aproveitaria o clima de outubro para almoçar ou jantar em Brusque e depois seguir para Blumenau, onde na Oktoberfest, continuariam o divertimento. Por isso, ela abria ao meio-dia e tinha encerramento previsto para às 23 horas. Entretanto, essa proposta foi desfeita no primeiro dia. Aberto no início da noite, o “jantar” que deveria terminar no horário previsto foi tomado por uma multidão. As pessoas, ao contrário do que se havia imaginado, não foram apenas para a Fenarreco para comer. Foram com a disposição de também beber muita cerveja e dançar o ritmo das músicas tradicionais. Quando, às 23 horas, a banda tocou a valsa da despedida, o público não entendeu o que estava acontecendo e ninguém ia embora. A organização convenceu os integrantes a tocarem por mais algum tempo e o baile seguiu até a 1 hora da manhã.

 

Em 1986, o país passava por uma série crise de desabastecimento. Os planos econômicos que congelaram os preços de mercadorias, inviabilizaram a produção de alguns setores. Esse reflexo também atingiu as cervejarias. As distribuidoras passaram a contar com pequenas cotas e nem a realização de novas festividades convenceu as indústrias a aumentarem os volumes. Assim a Fenarreco tinha um número limitado de chopp para ser dividido pelos 10 dias de festa e, se por acaso em algum deles fosse consumido mais, faltaria para o dia seguinte.

 

Evidentemente que o chopp faltou no primeiro dia e lançaram mão sobre a cota do dia seguinte. Por isso, em alguns dias foi servida cerveja em latinhas. Todavia, o que mais impressionou e causou dores de cabeça aos organizadores foi o consumo do marreco. O ecônomo do clube e responsável pelas refeições havia preparado 800 aves para o final de semana, totalizando 1.600 refeições. Contudo o jantar do primeiro dia (sexta-feira) e o almoço de sábado tinham limpado o estoque. E o pior: o forno do clube comportava assar somente 30 marrecos a cada 3 horas. Como todos sabiam que o ponto alto da gastronomia aconteceria no domingo ao meio dia, precisaram tomar providências urgentes. Vale ressaltar que a época era 1986, com uma cidade pequena, sem telefones celulares e com enorme carência de telefones fixos.

 

A vontade de fazer uma grande promoção não desanimou ninguém. Naquele sábado à tarde, contando com a boa vontade de voluntários, foram mobilizados diversas panificadoras da cidade que viraram a noite e o domingo assando marrecos. A falta de telefones e até de transporte mobilizou a polícia militar. Através do sistema de rádio que equipava as viaturas militares, os responsáveis sabiam onde buscar carne assada. Muitas vezes os próprios camburões da polícia transportavam o marreco. As filas no domingo ao meio-dia chegavam a mais de 300 metros e esse público acabou descobrindo que cada vez que um carro da polícia entrava nas dependências do clube, significava a chegada de novos marrecos. Os policiais eram aplaudidos e a fila voltava a andar.

 

Mesmo com todas essas dificuldades, a 1ª edição da Fenarreco consolidou o evento. A festa gastronômica deu lugar a um autêntico festival alemão e então, no segundo ano, ousadamente, além de todas as outras atrações, já foi contratada uma banda que veio especialmente da Alemanha para tocar em Brusque.

 

Alavanca do turismo

Apesar de Brusque já realizar algumas edições da feira industrial durante os meses de verão, foi a chegada da Fenarreco que alavancou o turismo na cidade. O crescimento da festa foi tão intenso e tão rápido que o Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque não comportava mais a expectativa de um público maior. Foi assim que a Prefeitura, em parceria com a iniciativa privada, construiu o Centro de Promoções. Com uma área superior a 12 mil metros quadrados de construção, é atualmente o principal local de eventos da cidade.

 

Depois de três edições no Clube, a Fenarreco foi realizada pela primeira vez no atual endereço, mas sem o pavilhão. Duas grandes coberturas de lonas foram utilizadas para os bailes e a feira industrial e outros menores abrigavam os serviços de restaurante e bebidas, além dos sanitários. Pequenas construções de madeira também serviam alternativas de lanches para o público presente.

 

Somente em 1991, com a conclusão da construção, a festa pôde ser realizada em dependências mais confortáveis e suficientes para receber um grande público. E ele não decepcionou. Com pequenas alternâncias a Fenarreco continuou sendo uma festa típica alemã até o ano 2000. Em 2001, a nova administração tentou dar um novo foco à festa, misturando o típico ao moderno. Para isso foram contratados diversos shows com artistas nacionais, mas o resultado foi decepcionante. O público não participou e criticou a iniciativa. Entretanto, por mais sete anos a experiência continuou sendo mantida, levando a festa aos piores níveis. Muitas pessoas apostavam que seria o fim da era Fenarreco e que esse tipo de festividade tinha cansado os participantes.

 

Em 2009, a atual administração prometeu resgatar as raízes da festa e voltou a contratar somente bandas típicas, montar novas decorações, preparar diferentes desfiles e exigir maior qualidade aos responsáveis pela alimentação e bebida. E a fórmula deu certo. Não só o povo voltou para o Centro de Promoções Maria Celina, mas também as tradicionais famílias da cidade retornaram. Agora, os organizadores já podem pensar novamente em buscar o turista de outros centros e mostrar-lhes um autêntico festival alemão, um festival brusquense com muito marreco.

 

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